Quando as compras Natal pode se transformar em complexo de Becky Bloom

 Quando as compras Natal pode se transformar em complexo de Becky Bloom

Natal é época de confraternização, de reunir a família e os amigos para festejar. Além disso, é uma data que representa também o maior evento de consumo do ano. Segundo o presidente do Instituto DSOP de Educação Financeira, Reinaldo Domingos, nesta época, muitas famílias costumam gastar até 40% da renda em excessos que poderiam ser re-pensados e cortados.
é uma época que também pode despertar um transtorno que se chama Oniomania pelo  excesso de compras.
A comédia romântica chamada “Confessions of a Shopaholic” (Confissões de uma viciada em compras) que foi transformado em filme, ganhando o nome brasileiro de “Delírios de consumo de Becky Bloom, tanto o livro, quanto o filme contam a história de uma mulher que é compradora compulsiva, chegando a dever em faturas de cartões de crédito dez vezes mais do que o seu salário. Devido ao sucesso desta comédia romântica, a “oniomania” acabou recebendo o apelido de síndrome ou complexo de Becky Bloom.

Pode parecer irreal ou distante, mas existem compradores compulsivos por todas as partes e é tratado como um vício, assim como o alcoolismo. O desejo de gastar é incontrolável, da mesma forma que um dependente químico sente compulsão em se drogar, a compulsão por comprar possui tratamento que inclui acompanhamento psicológico e medicação. Porém é importante e essencial que a pessoa reconheça que está doente e precisa de ajuda.
Os fatores que levam pessoas comuns a se tornarem compradores compulsivos são muitos, tem quem compre para obter status, necessidade, modismo ou simplesmente pelo prazer de comprar. Afinal não tem sensação igual à de comprar aquele sapato ou bolsa que tanto queremos certo?
Essa doença que aflige a tantos brasileiros é caracterizada como um transtorno de personalidade mental, é classificado dentro dos transtornos do impulso, são os chamados “obsessivo-compulsivos”.

A pessoa não consegue resistir e enquanto não compra, fica irritada, com as mãos suadas, se sentindo ansiosa, com taquicardia. Ao realizar a compra sente-se aliviada e logo depois arrependida e culpada por ter comprado mais do que precisava, ou objetos desnecessários.

Esse transtorno pode gerar muitos problemas, já que os compulsivos acabam atraindo dívidas que chegam a até mesmo dez vezes sua salário mensal, existem casos de mulheres que gastam seu salário inteiro em um par de sapatos, e quando afastadas de qualquer forma de crédito, impossibilitadas de comprar, algumas mulheres chegam ao extremo de roubar em lojas, aplicar golpes, passar cheques sem fundo ou até mesmo pedir dinheiro emprestado para quitar suas dívidas, adquiridas por causa dessa compulsão. Essas reações não demonstram falta de caráter, mas podem ser consideradas como sintomas de uma doença psicológica grave.

compulsão por compras também aparece como uma forma de aliviar sentimentos de frustração, vazio, solidão, tristeza e depressão, um desejo de possuir, de poder ter e que geralmente fica reprimido ao não conseguir ter seus desejos atendidos o indivíduo acaba sofrendo uma grande pressão interna e essa pressão leva à necessidade de possuir coisas novas como a única forma de prazer e assim tenta preencher o “vazio” deixado por problemas do dia a dia.
Os viciados em compras geralmente só chegam a procurar ajuda quando sua situação financeira, ou a da família como um todo, atinge um nível crítico e insustentável.
Segundo os especialistas do AMJO-USP, existe tratamento para a “oniomania”, mas não uma medicação específica, que combata o desejo compulsivo de comprar, por isso geralmente são receitados anti ansiolíticos (remédios que combatem a ansiedade). Porém por serem remédios de uso controlado, essa parte do tratamento só pode ser adquirida através de ajuda psicológica, terapêutica e como grupos de psicoterapia e consultas regulares a um psiquiatra.

Os grupos de auto-ajuda que podem facilitar o tratamento. Um desses grupos é o DA – Devedores Anônimos, onde se pode contar com o auxílio de quem está tentando combater o vício, além de especialistas dedicados ao problema da compulsão de compras especificamente.