A importância da sintonia entre pais e bebês e a saúde emocional do adulto

 A importância da sintonia entre pais e bebês e a saúde emocional do adulto

Caros leitores, o tema que quero abordar aqui hoje talvez seja algo intuitivo para muitas mães (e pais) mas talvez ainda traga surpresas, mesmo para os mais experiêntes. Gostaria de abordar o lado psicológico da relacão entre mães (e pais) e os seus bebês. 

Recentes observações no comportamento de recém-nascidos e crianças mostram que a idade precoce de 0 a 3 anos é muito mais importante para a garantia da saúde emocional do adulto do que nós imaginávamos.

Somente para o leitor ter uma idéia, um recém nascido, por exemplo, com apenas alguns segundos de vida, imediatamente vai preferir interagir com o rosto de um outro ser humano do que com qualquer outra imagem ou objeto. Além disso, o bebê não somente vai saber discernir, quase que imediatamente, a voz da sua mãe dentre outras vozes, como tambem “vai dar preferência” à ela. E o que de novo tem nisso? Muita coisa. Foi observado que, desde os primeiros segundos de vida, o bebe “está programado para se relacionar com outro ser humano”.

As relações com o pai ou a mãe, que vai cuidar deste bebê, a partir daí, serão fundamentais para o futuro psicológico do adulto.

Recentes descobertas mostram que a parte frontal do nosso cérebro (o que os cientistas chamam de cérebro relacional ou neo córtex frontal) é formado e desenvolvido durante os primeiros anos de vida, e tem um crescimento aceleradíssimo principalmente durante o primeiro ano do bebê. Talvez o leitor se pergunte, mas o cérebro do bebê não “vem pronto”? A resposta é não!

Essa parte frontal, que é responsavel principalmente pela regulagem das nossas emoções, é formada “via relacionamento com os pais” e a sua boa formação e desenvolvimento vai depender principalmente das experiências positivas e amorosas que os pais terão com os bebês.

Isso é novidade? Intuitivamente talvez não, mas esse conhecimento mais científico nos trouxe algumas evidências que vou compartilhar com o leitor. O bebê, ao se relacionar com um adulto que se mostra agressivo, indiferente ou negligente, vai ter essa parte do cérebro afetada e vai ter muito mais dificuldades para regular suas emoções quando virar um adulto. Ao contrário, o bebê que recebe atenção, amor e carinho ou o qual os pais “sintonizam” com o seu estado emocional vai ter maior facilidade, quando adulto, de se equilibrar emocionalmente.

Mas então o bebê tem sempre que ter somente experiências positivas? Obviamente não! O que o bebê precisa é ter um pai ou uma mãe (ou até mesmo uma babá) que esteja “sintonizado com seu lado emocional”. O mais importante de saber sobre esse assunto é que o bebê não consegue regularizar suas emoções sozinho. Quando ele chora, ele precisa de alguém para ajudá-lo a fazer isso e essa experiência é que vai moldar sua capacidade de lidar com suas emoções no futuro.

Enfim, penso que essas são informações muito importantes para não compartilhar com os leitores. Desta forma, convido todo o pai ou mãe a realmente sintonizar com o estado emocional dos seus bebê sabendo da importância fundamental disso para o futuro de seus filhos.

Por: Cristina Durigon