Com Saúde Não Se Brinca

 Com Saúde Não Se Brinca
Olá!! É com grande alegria que inicio minha participação na coluna da Messina Clinic “Com Saúde Não Se Brinca“ aqui na revista Brasil na Mão.
Meu nome é Priscilla Sodré, sou médica formada pela UFRJ, especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia. Espero poder trazer informações e tirar dúvidas sobre a saúde feminina.
Nesses nossos primeiros encontros, vou abordar um tema que é causa de muita preocupação entre homens e mulheres: a infecção pelo vírus HPV. Esse é um tema tão importante e que traz tantas dúvidas que resolvi dedicar as minhas duas primeiras colunas a ele.
Esse mês escrevi sobre os tipos de HPV e a prevenção da infecção. Muitas mulheres recebem o resultado do preventivo positivo para HPV e acham que estão com câncer de colo ou que vão desenvolvê-lo em breve. Calma! Não é bem assim… Isso vai depender do tipo de vírus, do tempo de infecção, do sistema imune, das alterações que ele já provocou nas células, da genética feminina, estilo de vida, tabagismo, dentre outras coisas.
É sabido que existem mais de 200 tipos de vírus HPV.
Eles são divididos em dois grandes grupos: alto e baixo risco.
Os de baixo risco são aqueles responsáveis pelo surgimento das verrugas genitais. São cerca de 6 tipos principais, sendo o tipo 6 e o 11 os responsáveis pela maioria dos casos de verrugas. Os de alto risco são os envolvidos no surgimento do câncer de colo uterino. São cerca de 14 tipos, sendo o 16 e o 18 os envolvidos em quase a totalidade dos casos de câncer de colo e são ainda responsáveis por 75 % dos casos de câncer de vagina, 69% dos casos de câncer de vulva, 91% dos casos de câncer de ânus, 72% dos casos de câncer de orofaringe e 63% dos casos de câncer de pênis.
Desde 2008 já existe vacina disponível contra os tipos de HPV mais prevalentes. Atualmente, já temos vacinas que protegem contra os tipos de HPVs mais comuns, ela é oferecida gratuitamente para pré-adolescentes (entre 12 e 13 anos, no UK, e entre 9 e 14 anos, no Brasil), tanto meninos quanto meninas de preferência antes de começar a vida sexual. Nessa faixa etária duas doses são suficientes para garantir a imunização. Muitas mães ficam com receio de autorizar a vacinação de seus filhos contra o HPV, pois várias informações falsas foram veiculadas na internet falando sobre efeitos colaterais perigosos que a vacina causaria. É importante esclarecer que a vacina foi amplamente estudada antes de ser disponibilizada para a população e desde 2008 já vem sendo aplicada no mundo inteiro. O número de efeitos adversos é comparável ao de qualquer outra vacina. Os efeitos mais comuns são dor, inchaço e vermelhidão no local da vacina.
Espero ter esclarecido vocês leitores sobre a segurança e a necessidade de vacinarmos nossos pré adolescentes para que possamos contribuir para um futuro com menos mortes relacionadas a cânceres que podem ter prevenção, como é o caso daqueles causados pelo HPV.
No próximo mês continuarei escrevendo sobre HPV e o rastreamento do câncer de colo uterino, fiquem ligados!!
Bibliografia https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/902-comunicado-vacina-hpv-sbim-sbp-sbi-febrasgo https://www.nhs.uk/conditions/vaccinations/hpv-human-papillomavirus-vaccine/
Programa vacinal para mulheres. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia; 2017. 170p. (Série Orientações e Recomendações FEBRASGO; no.13/Comissão Nacional Especializada de Vacinas). https://sbim.org.br/notas-e-informes-tecnicos/49-vacinahpv-carta-aberta-aos-medicos

Por: Dra. Priscilla Sodré

Ginecologista-Obstetrícia, Mastologista
Médica credenciada pelo General Medical Council

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