QUAL SUA FORMA DE EXPRESSAR O SENTIMENTO DO MUNDO?

 QUAL SUA FORMA DE EXPRESSAR O SENTIMENTO DO MUNDO?

Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo. (Carlos Drummond de Andrade, 1940)

Bendita poesia, que traz mais cor e sentido à vida, após o longo período de distanciamento social, mais ainda. Sim, as leituras cresceram; as pessoas, como em tempos pós-guerra, descobriram na escrita (lendo e produzindo) uma forma de amenizar a solidão. Dentre as minhas leituras recentes, deparei-me com Manoel de Barros e o título de um de seus livros Retratos do artista quando coisa, trouxe à minha mente uma cena que valeu a pena presenciar: vários artistas pintando, desenhando no Place du Tertre, Paris.
Que coisa mais linda de se ver, de apreciar. Uma praça dedicada às Artes, vivendo-a, em contínuo. Ao redor, restaurantes e cafés encantadores, com suas cadeiras redondas, em xadrez, do lado de fora. Assim, enquanto se toma um café acompanhado pelo famoso crepe francês, além do movimento dos artistas, pode-se ver a ponta da catedral de Sacrec Coeur. Eu, que amo café e aprecio o momento de criatividade, fiquei mesmo encantada.
De fato, acredito que devemos apreciar a Arte, pois ela é fruto de um intenso trabalho, conectado à criatividade divina é revelado a pessoas de consciência muito elevada.
Manoel de Barros devia mesmo saber o quão belo é o retrato do artista quando cria, quando traz à existência sua ideia, sensibilidade, visão e sentimento do mundo. Aliás, ele falava de si mesmo, pois foi um poeta por excelência e fez uso da palavra para retratar a riqueza da simplicidade.

Veja um de seus poemas:
Poesia não é para compreender mas para incorpora. Entender é parede: procure ser árvore.

Que tenhamos a fé, a força para sermos árvores, mesmo nos dias sem respostas. E que nossos galhos cresçam, apesar de tudo, e deem muitos frutos. Todos nós temos dons e talentos, para, de alguma forma, expressar o sentimento do mundo, para contribuir com ele. Lembre-se: seu legado é precioso, invista nele!

 

por: Sueli Lopes

Professora de língua portuguesa na PUC-Go e UFGo e Representante Internacional da revista Odisseia da Medicina, em Londres. Colaboradora na revista Zelo, escritora e coautora; além de fundadora do projeto Café Cultural.

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