Propriocepção: O treino para além do movimento

 Propriocepção: O treino para além do movimento

Sabe aquela pessoa que vive esbarrando em tudo?

Que deixa as coisas caírem e  nos treinos não conseguem coordenar os movimentos, seguir as orientações e etc?

Comumente dizemos apenas que esta pessoa não tem coordenação ou é desastrada. Porém isto é muita mais amplo, chama-se propriocepção.

A propriocepção pode ser definida como a capacidade de auto conhecimento corporal no espaço, que envolve os movimentos, força, direção e resistência e também conhecida como cinestesia.

Costumo dizer que: é a capacidade do indivíduo reconhecer todo seu corpo e como ele funciona, tendo exata noção dos seus limites e reais possibilidades. Isso inclui entender quando seu corpo está preste a lesionar, movimentos complexos com mais de dois movimentos ao mesmo tempo e controle corporal.

É uma qualidade de suma importância num treino completo, muitas vezes sendo lembrada apenas como reabilitação e não como prevenção das lesões ou mesmo como auxílio em resultados de treinos.

Este treino deve ser gradual, os exercícios devem ser escolhidos de acordo com a capacidade atual do indivíduo e o que ele precisa desenvolver tais como: o equilíbrio, força, coordenação, noção de espaço tempo e etc.

Mas como a propriocepção ajuda o treino na prática? Em tudo! Para obter qualquer resultado (força, equilíbrio, resistência) o seu corpo precisa dos estímulos corretos e específicos para cada situação. Uma pessoa que não tem propriocepção não é capaz de gerar estes estímulos de forma adequada, fazendo com que o resultado seja muito abaixo do esperado ou simplesmente não ocorra.

Pessoas com capacidade proprioceptiva desenvolvida conseguem gerar um controle, ritmo, amplitude, força e ativação muscular de força precisa fazendo com que o seu objetivo de treino seja alcançado de forma rápida e eficiente. Além disso, evitam o risco de lesões em cerca de 80%  que é o que gera mais tempo de treino frequente não interrompido por longos períodos. A recuperação sistêmica entre um treino e outro é potencializada, ou seja, o cansaço após os seus treinos tendem a serem menores uma vez que você não desperdiça a sua força de modo desnecessário.

Muitas vezes o que está te separando dos seus tão sonhados objetivos não é o tipo de treino ou a sua carga, e sim a maneira como você realiza os seus movimentos. O que eu sempre digo: nem sempre treino pesado significa levantar pesos. Um treino eficiente ainda que com carga reduzida trará muito mais benefícios.

Além disso, pessoas que tem boa propriocepção (entenda que é uma capacidade completa não apenas coordenação), tem mais qualidade de vida, uma vez que conseguem manter melhor sua postura, não gerando sobrecarga na coluna ou articulações, são menos propensas para quedas, tendem a serem mais concentradas e terem menos tensões musculares.

Lembre-se que: o treino proprioceptivo deve ser realizado de modo específico, uma capacidade de cada vez e de acordo com a sua necessidade.

São exemplos de treino proprioceptivo a pliometria, na qual eu escrevi no artigo passado, treinos com escadas, fitas multidirecionais, Bosu e discos de equilíbrio.