O PADRÃO DE BELEZA DA MULHER NO DECORRER DOS SÉCULOS 

 O PADRÃO DE BELEZA DA MULHER NO DECORRER DOS SÉCULOS 

Existem duas telas de Renoir, expostas na National Gallery , em Londres, que me chamam muito a atenção. Primeiro, porque são lindas, em todos os aspectos. Segundo, pelas imensas curvas, tão diferentes do que vemos hoje na maioria das fotos de propagandas, por exemplo.

Renoir pintou mulheres com medidas acima da média. Esse era o padrão de beleza da época; especialmente os quadris, pois representavam maior poder de fertilidade. A verdade é que, da beleza matemática grega à irreverência do Realismo, sabemos que desde a Antiguidade, a proporção áurea é usada na arte, especialmente na arquitetura e esculturas – os gregos, vale lembrar, eram idealistas e representavam o corpo da forma mais perfeita possível.

No entanto, são somente os Renascentistas que compreendem que o corpo humano também é composto por proposições que seguem as regras do número de ouro. Com isso, além da proporção áurea ser usada para representar homens, mulheres e divindades – pense em Sandro Botticelli, Giotto e Leonardo da Vinci, ela virou referência na busca pela perfeição também no mundo real dando o início a uma ditadura da beleza que persiste até hoje.  

É no Renascimento, também, que surge uma “moda” um pouco estranha para nós: uma mulher bela deveria ser rechonchuda, como citado no início do texto. E ninguém melhor do que Renoir para mostrar a beleza dessas fêmeas de grandes quadris. Estudiosos do assunto dizem que isso é consequência da Peste Negra que matou  da população europeia. Aos olhos dos sobreviventes, portanto, a beleza estava relacionada à saúde, à gordura e à fertilidade. Por isso vemos curvas mais salientes nas pinturas da época.

Mas antes disso, houveram algumas “modas” e padrões de beleza interessantes: Na Idade Média a maioria das mulheres eram retratadas com barriga saliente. Isso não quer dizer que elas estivessem todas grávidas, mas que esse era o padrão de beleza da época: as mulheres que não tinham essa ‘barriguinha’ colocavam almofadas para se enquadrarem neste padrão. Isso porque todas elas queriam se parecer com a Virgem Maria grávida.

A Arte Contemporânea também tem conseguido “dar o seu recado”. O artista plástico brasileiro Dudu Rodrigues, por exemplo, além de outras temáticas, fala de inclusão em seu trabalho. Com um magnífico projeto intitulado “Arte e Comportamento” tem lotado auditórios com palestras a jovens e adolescentes, ao falar sobre o perigo do bullying. Dudu Rodrigues já participou de exposições em todo o Brasil, Boston, Miami, Nova Iorque e logo estará em Londres, para mais uma exposição. Além de palestras, o artista plástico apresenta um programa de TV em Santa Catarina e foi professor de Artes Plásticas num presídio em Criciúma, onde, por meio dos pincéis, conseguiu melhorar a qualidade de vida, educar, mostrar o poder da arte aos cumpridores de pena em regime fechado.

Nas obras de Dudu Rodrigues todos são bem-vindos, inclusive “os gordinhos” que ele, carinhosamente, pinta com excelência. As mulheres de suas telas são, acima de tudo, felizes e autênticas, independente do peso.   

É incrível como a sociedade impõe regras, em tudo; nós mulheres que o digamos! A medida ideal é a que nos faz felizes, confortáveis. Simples assim! Estar bem, preocupar-se com a saúde, ter nossa identidade visual é sinônimo de amor próprio, posicionamento profissional, e é por isso que nós nos cuidamos! Feliz Dia Internacional das Mulheres a todas nós, que fazemos a diferença no mundo!

Dudu Rodrigues –  Artista Plástico/Design
55 48 9 8415-1897 – 55 48 2102-7126
dudurodrigues26@gmail.com – @dudurodriguesarts
POR: Sueli Lopes

Professora de língua portuguesa na PUC-Go e UFGo e Representante Internacional da revista Odisseia da Medicina, em Londres. Colaboradora na revista Zelo, escritora e coautora; além de fundadora do projeto Café Cultural.

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@cafeculturalflow

lopesuzion@hotmail.com