O Natal mais celebrado dos últimos anos

 O Natal mais celebrado dos últimos anos
Enfim chegamos ao final de 2020 ainda que não saibamos quando ao certo será o final de tudo isso. Foi um dos anos mais difíceis para todo o mundo e ainda assim, conseguimos vencer e chegar até aqui. Muitas famílias foram impactadas com a perda de entes queridos, muitas pessoas perderam seus empregos ou negócios e, de alguma forma, ainda quem teve algum saldo positivo com a pandemia, foi impactado por ela. Esse processo uniu a humanidade, seja em dor, em desafio ou em pesquisa por uma vacina que nos salve dessa ameaça. Estamos com uma maior consciência de que não estamos sós e de que somos mais fortes a medida em que unimos forças por um bem comum. Pudemos vivenciar de alguma forma que não estamos sozinhos e o pensamento abaixo, de Dostoiévski, traz esse pensamento sobre a individualidade:
“Quanto mais gosto da humanidade em geral, menos aprecio as pessoas em particular, como indivíduos.”
Esse ano nos trouxe a perspectiva de que toda a humanidade encontra-se debaixo dos mesmos desafios e por conseguinte, unida por um mesmo propósito de vida e de sobrevivência. Os desafios passados de pandemias e cenários de guerra, trouxeram saldos catastróficos para a humanidade, porém ainda que possa parecer estranho, também nos levou a concluir que quanto maiores são as dificuldades mais entendemos a importância do desenvolvimento colaborativo entre as nações. Do ponto de vista da evolução, a espécie humana nem mesmo está dividida em raças, não fazendo sentido sequer a palavra racismo. O segredo da sobrevivência de toda e qualquer espécie está na capacidade gregária de juntos buscarmos soluções para desafios, reconhecendo que na individualidade reside fraqueza e incapacidade. Todos os grandes líderes mundiais de alguma forma buscaram essa unidade entre os povos e já que estamos falando de Natal, o aniversariante especial dessa data, foi aquele que nos deu perspectiva de continuidade, de abundância, de união e de uma vida nova a partir de uma decisão de um recomeço. Perguntado uma vez sobre qual seria o maior dos mandamentos, Jesus afirmou que este era o amor, razão pela qual ele dedicou sua vida e todo seu ministério quando aqui esteve. Jesus nos ensinou sobre a tolerância, o perdão, a humildade, os novos recomeços, o verdadeiro sentido da vida e renovou a nossa esperança em uma vida melhor.
Todas essas lições foram passadas através do amor e da paciência, pois ele convivia com pessoas que assim como nós, aprendiam de maneira lenta e muitas vezes duvidando das boas intenções, do poder da palavra e da força que a união é capaz de trazer. Em nenhuma de suas parábolas e ensinamentos havia espaço para o egoísmo, a individualidade e a falta de solidariedade. E se você prestar bem atenção, o ano de 2020 foi marcado por essas virtudes entre as pessoas, mostrando que esse é e será o único caminho para a humanidade. Há muitos anos não temos tanta convicção de que estamos debaixo de um mesmo jogo e que somos incrivelmente frágeis diante de tamanhos desafios do mundo natural. Na busca por crescimento e expansão a humanidade foi capaz de esquecer preceitos básicos e que neles residem nossa fraqueza. Jesus nasceu em um tempo de extrema divisão entre a humanidade, onde somente aqueles que tinham algum poder ou condição social tinham permissão de se achegar a Deus. Sua chegada é interpretada como uma ameaça para aqueles que detinham poderes e riquezas, e de fato Jesus quebra a lógica de um tempo trazendo uma nova mensagem sobre o amor, e assim vem dar atenção aqueles que aos olhos naturais não eram dignos. Ao mesmo tempo em que recruta um cobrador de impostos para o seu ministério é capaz de adentrar a casa de um pecador e de perdoar uma adúltera pelos seus pecados, mostrando que não faz acepção de pessoas.
O Natal mais importante da humanidade ocorreu a 2020 anos, entretanto, o natal desse ano, 2020, deve ser um dos mais celebrados pois chegamos até aqui com vida, novos propósitos e uma certeza: a de que somos um só, forjados na dificuldade e fortalecidos na fé.
Desejo a você o Natal mais feliz dos últimos anos e que possamos estar profundamente unidos enquanto humanidade para os próximos desafios que virão.
Por: João Paulo Gurgel

Biólogo, terapeuta esp. em Neuropsicologia.

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@joaopaulogurgel

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