O maravilhoso e assustador desafio da segunda gravidez

 O  maravilhoso e assustador desafio da segunda gravidez

Nesta última semana fiquei pensando em quais experiências gostaria de compartilhar com vocês sobre os desafios para 2021. Sinto que vivi muitos meses dentro de apenas um e que muitas dessas sensações, sentimentos e emoções estão relacionados à chegada do meu segundo filho.

No ano passado, decidimos passar alguns meses no Brasil antes do nascimento do nosso segundo filho, Otto. Foi uma experiência fantástica e sem dúvida uma oportunidade única de ficar perto da família, ver a nossa filha Agnes de 3 anos de idade brincar com os primos e permitir que todos vivessem junto comigo as fases da segunda gestação. Mas também foi um desafio. Se por um lado a experiência da primeira gravidez nos acalma para o que virá depois, já que temos mais experiências sobre troca de bebê, cólicas e noites sem dormir, a segunda gravidez nos coloca em cenários novos como conciliar as tarefas quando já se tem um filho.

Na primeira gravidez tudo é novo, os momentos de descanso são maiores já que o bebê ainda está crescendo na barriga da mãe. Tudo gira em torno da espera de ver pela primeira vez o rostinho do bebê. A segunda gravidez também traz essa expectativa, mas ainda é necessário tempo para se dedicar ao primeiro filho e envolvê-lo no processo da gestação e chegada do irmão(ã). Nessas horas a rede de apoio é extremamente importante para que a mãe se sinta relaxada e descansada. Também é preciso estar preparada para as surpresas que não aconteceram durante a primeira gravidez. E muitas vezes essas surpresas acontecem ao mesmo tempo e um sentimento de instabilidade bate dentro da gente. Lembro que nas últimas semanas em que estávamos no Brasil tudo aconteceu.

Durante uma consulta médica, recebi o diagnóstico de que o colo do meu útero estava baixo e eu não poderia fazer mais nenhum tipo de esforço físico e teria que permanecer os dois meses restantes da gestação deitada e que não poderia voltar para Londres e ter o Otto na Inglaterra como havíamos nos preparado. Logo em seguida veio outra surpresa, outro diagnóstico que dizia que baby Otto estava pequeno para a idade gestacional. E ainda uma terceira notícia de que minha placenta poderia estar tampando o colo do útero, o que seria indicação de uma cesária e eu não poderia ter uma parto normal como planejado e como aconteceu com minha primeira gestação.  Tudo isso aconteceu dias antes de embarcarmos para Londres. Nossas passagens já estavam compradas, os testes de COVID-19 agendados.

Segundo o médico, um dos riscos de viajar de avião por tantas horas seria a chance de um trabalho de parto prematuro. Ninguém esperava ouvir tantas notícias assim juntas e foram momentos de tensão e ansiedade para todos da família. O mais intrigante é que ouvimos isso de médicos diferentes e não de um médico só. Foi então que decidimos nos reunir e pensar sobre o que fazer com aqueles diagnósticos de 3 médicos diferentes.

Nossa rede de apoio foi fundamental neste processo e tivemos segurança de que independente da nossa decisão, todos estavam pensando e agindo no melhor para a minha saúde e a do bebê.  Resolvemos buscar um novo diagnóstico de outros dois médicos diferentes, e o resultado não poderia ser melhor e totalmente diferente do anterior. Nosso pequeno Otto não apenas estava super saudável como também não haveria risco de viajar para Londres como desejávamos e nem mesmo de ter um parto prematuro. Minha placenta não estava tampando o colo do meu útero e eu poderia sim tentar um parto normal. Agora começa uma nova fase, a reta final e a ansiedade para ter nossa família completa. Sei que ainda teremos muitos desafios quando Otto nascer, como divisão de tarefas, envolvimento da nossa filha com o irmão e o cansaço da dedicação extrema nos primeiros meses. Sem dúvida não é fácil, mas é possível. E também temos que conciliar nossa vida profissional que não para quando o bebê nasce. Eu vou continuar trabalhando e atendendo meus clientes mesmo que em um ritmo mais lento. Por isso, é importante conversar com profissionais, amigos e parentes que poderão lhe ajudar quando a carga se tornar pesada demais ou quando os desafios chegarem antes, durante e depois da gestação.

É importante que a mãe se sinta bem emocionalmente e consiga desempenhar suas funções com tranquilidade e bem-estar, pois o bebê sente tudo o que a mãe sente!

 

Livia Suassuna

Advogada no UK, esposa, mãe e apaixonada por ajudar pessoas. Acredita no poder do marketing de rede.
@liviasuassuna
livia@martinscosta.com

TEL.: (+44) 7595 303148