O JULGAMENTO DO INTELIGÍVEL

 O JULGAMENTO DO INTELIGÍVEL

Muito se vê na atualidade personalidades midiáticas sendo alvo da cultura do cancelamento, por posturas ou comentários que são interpretados como sendo ofensivo ou discriminatório. Inflamados por uma ideologia de aceitação “impositória”, internautas têm se tornado verdadeiros juízes virtuais, sem dar oportunidade de defensoria ao “réu” antes do veredito final.

Dentro de um contexto exigente de extremo “certo vs errado”, muitos se colocam no direito de ditar o que pode ser ou não, universalizando como todos devem pensar e agir. Ignoram o fato de cada um ter o direito de escolha sobre si e como opinar sobre os mais diversos assuntos; numa tentativa de igualar todos dentro de uma mesma perspectiva de normalização do comum.

Há mais de 7 bilhões de pessoas no mundo, cada um dentro de sua peculiaridade e singularidade, tornando-se seres únicos, criados de maneiras diferentes, em circunstâncias distintas. Todo ser humano é um indivíduo exclusivo dentro do seu universo particular, mas quando colocado na perspectiva de cidadão e ser que se relaciona ao meio com qual está inserido, toma para si o dever de seguir os padrões éticos e morais ao qual ele convive. Dentro de suas particularidades , o seu ver sobre o mundo obedece a preceitos de criação e socialização, deixando-o muitas vezes vulnerável a julgamentos subsequentes de suas escolhas e modo de viver.

A cultura do cancelamento vem expondo uma nova onda de padronização do “impadronizável”, de forma sutil e silenciosa, tentando igualar o inigualável, de praticar o impraticável, na desculpa de argumentar partindo do erro do outro, não o pondo no lugar de alguém suscetível a errar, mas digno de ser condenado.

 

por: Maressa Duarte Albertassi

Apaixonada não somente por escrever e contar fatos, apenas 23 anos de idade sou comprometida com a igualdade e humanidade acreditando em mundo melhor.

Acadêmica de Ciências Biológicas

maressaalbertassi98@gmail.com

@maressaalb