A importância do nosso nome na construção da árvore genealógica

A atribuição de um nome é o primeiro presente que fazemos ao nosso descendente. O nome que colocamos nos nossos filhos é muito importante? Garanto-lhe que sim, é extremamente importante e significativo, como você pode imaginar, mais cedo ou mais tarde a criança se reconhece com o nome que demos, e ao mesmo tempo começa a se perguntar por que me colocou este nome?

Na maioria dos casos o nome é a repetição do nome de um ente querido ancestral, é algo como um retorno para ter esse membro da família ou uma forma simbólica de nossos antepassados estejam  sempre presente. Por isso, é muito comum ver que em muitas famílias o primeiro filho (o mais velho) tem o nome do pai, que por sua vez o pai, recebeu o nome do avô do menino, etc. E quando se trata de uma filha, muitas vezes se masculiniza,  colocando um nome para manter a relação com o pai e antepassados. Este é o caso com nomes como Bernarda, Francisca, Marcela, Jorgelina, etc.

Cada nome traz consigo a história da pessoa a quem é evocada. A às vezes a história não é sempre feliz, porque muitas vezes contém eventos trágicos como estupro, assassinatos, suicídios, mortes acidentais, prisão, abortos etc. E este nome vem carregado com esses significados, invadindo gradualmente a vida da criança a que leva esse nome repetido.

Se colocarmos o nome de nossa filha Maria e sua avó se chamar Maria, isso levará todas as informações da avó. Os Campos Morfogenéticos, o que dizem é que o semelhante leva a informação do semelhante, pois quando dentro de um clã o nome é o mesmo, significa que esta filha vai levar a informação da avó. Ela herdará informações e, como sabemos, duplicará (repete o destino) ou reparará (sendo o contrário). Em transgeracional, isso nos diz que teremos uma ligação e que seria aconselhável investigar a vida, a história dessa pessoa, uma vez que teremos uma tendência a repetir ou reparar a história que essa pessoa viveu.

Tenha em mente que o nome também traz informações a nível inconsciente coletivo e “o que é verdadeiro para o inconsciente coletivo também é verdadeiro para o nosso inconsciente”.

Jesus, Cristina, Cristian, são nomes que se referem a Cristo, a Jesus, e esses nomes levam informações a nível do inconsciente coletivo da história de Jesus, do caráter histórico, do caráter religioso. Se olharmos para sua história, ele veio para salvar a humanidade.

Pessoas que carregam esses nomes podem ter uma tendência a ser isso, “salvadores”, vivem com muito culpa, se punindo ou crê no fato de que tem que “pagar ou sofrer pelos outros”. Eles podem carregar uma cruz simbólica em suas costas.

O exemplo de Eva está relacionado ao “pecado”. Ela é a culpada por nos tirar do paraíso. Ela morde a maçã da árvore proibida e a partir desse momento a culpa aparece, a vergonha, envelhecemos, podemos morrer, etc …

Às vezes as mulheres que têm o nome de Eva, podem viver com um conflito que tudo é pecado, elas podem ter problemas para viver sua sexualidade, como o Jesus, os cristãos, “têm que ser puros”. Eles são nomes que levarão informações, por isso encorajo-os a rever as informações inconscientes coletivas que levam seu nome, porque isso os ajudará a se conhecerem.

Nós também temos que ter em mente: Quem coloca o nome? E em quem você pensa quando coloca o nome? Em uma consulta, trabalhei com um caso de uma menina que sempre esteve com homens casados. Ela não sabia que seu no e era o mesmo nome da amante de seu pai e foi seu pai que a nomeou. O que ela fez? Desempenhar o papel de amante em seus relacionamentos.

Outro caso em uma consulta é o da mãe que deu ao filho o nome do primeiro namorado e que morreu. Isso não seria uma síndrome do fantasma, não se tornaria um luto simbólico ou emocional, mas a criança mostrava alguns dos sintomas igual ao do namorado, estava o representando e o mais grave é que essa mãe assumia uma postura como se eles fossem um casal.

Nomes como Dolores (viver com dor), Justa (justiça), Esperanza, Sérgio (do latim guardião)… Estes são nomes que terão um significado no inconsciente em geral.

Todos esses aspectos devem ser levados em conta, embora nem sempre sejam decisivos, mas é importante notar sua importância. Encorajo-os a procurar o significado do seu nome, saber porque o deram a você e que significado tinha para a pessoa que te deu.

Por: Magda Lizbir Gomes
Facilitadora de grupos de mulheres que sofrem violência doméstica e dependência emocional.
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