GERAÇÃO “MIMIMI”

 GERAÇÃO “MIMIMI”

Vivemos um tempo em que as pessoas estão com uma poderosa arma nas mãos: a opinião. Sim, essa é a maior arma que uma pessoa pode ter. Uma simples afirmação por parte de alguém pode gerar uma validação de vida ou declarar uma sentença de morte a alguém. Ao alcance de nossas mãos temos uma potente arma: o celular, o mesmo é conectado a uma poderosa rede que interliga o mundo inteiro: a internet.

Como nem tudo é perfeito, até mesmo o melhor recurso do mundo pode se transformar numa arma de destruição em massa quando nas mãos erradas, especialmente se essas mãos são guardadas por uma mente dotada de um vírus letal: o “mimimi”.

Observamos uma desnecessária tendência de polarizar a sociedade em dois grupos: “coxinhas e petralhas”, “esquerdistas e direitistas”, “conservadores e progressistas” e por ai vai.  As pessoas estão focadas nas brigas e não no que realmente é importante, distorcendo de forma significativa o sentido real de democracia. Durante as últimas eleições brasileiras, vimos nas redes sociais milhares de brigas virtuais, que particularmente não acredito  que os autores tenham a mesma coragem de participar delas no mundo real, e acredito que muitos nem saibam de fato o que estão a defender.
Qualquer afirmação é facilmente distorcida hoje, com intenção de puxar a luz do palco para si e esquecendo da importância do debate social. Isso compromete valores humanos fundamentais como: princípios, valores e interesses coletivos.  A busca de notoriedade é algo que ultrapassa limites, levando pessoas a “gafes sociais” e “morais” que comprometem o crescimento da atual sociedade.
O que mais impressiona é ver que a mesma pessoa que hoje emite uma opinião, amanhã provavelmente emite uma outra por motivo de popularidade ou falta de embasamento para mantê-la. O sociólogo e filósofo polonês, Zygmunt Bauman definiu esse comportamento da modernidade humana atual como “sociedade líquida”, usada especialmente na falta de fundamentos sólidos que levem as pessoas a busca de um objetivo pessoal ou coletivo, principalmente porque no meio da rota as pessoas mudam de direção sem sequer saber por que estavam nela.

É preciso largar o gosto pela agitação infundada, o desejo de agitação social e especialmente a polarização de opiniões a fim de cedermos ao avanço social.

Deixar de lado o que hoje chamamos “mimimi” é uma prerrogativa indispensável para pessoas que tem compromisso com a vida, com valores e com desejos reais de avanço quer seja individual ou coletivo. Repasse a ideia, invista em você e esqueça de ter que dar satisfação da sua vida, inclusive de ter que estar de um lado de uma briga que pode te envolver.

Há um mundo de infinitas possibilidades te esperando, defina uma delas para a sua vida e pague o preço, afinal, toda escolha implica em ter que abrir mão de algo e se tiver que abrir mão do “mimimi”, nem pense duas vezes!

Muito sucesso pra você!