Entrevista com Chefe da CABE Comissão Aeronáutica Brasileira na Europa

 Entrevista com Chefe da CABE Comissão Aeronáutica Brasileira na Europa

A Força Aérea Brasileira celebra em 22 de abril o Dia da Aviação de Caça, prestando homenagem aos bravos brasileiros que há 70 anos defendem, em aeronaves de caça, os valores da Nação Brasileira, dentro e fora do Território Nacional.

Tudo começou com a participação do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º.GAVCA) na Segunda guerra Mundial. O 1º.GAVCA foi criado em dezembro de 1943 e menos de um ano após a sua criação, em 11 de novembro de 1944, já entrava em combate nos céus da Itália lutando contra o Nazismo.

O 1º. Grupo de Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira foi a única unidade aérea da América Latina a participar da II Guerra Mundial na Europa, demonstrando, já naquela época, o excelente nível de capacitação técnica dos aviadores brasileiros, tendo participado em mais de 400 missões de guerra.

A data da celebração da Aviação de Caça se dá em 22 de abril pois neste dia, em 1945, foi a data em que os pilotos do Primeiro Grupo de Aviação de Caça realizaram o maior número de missões na Segunda Guerra Mundial demonstrando a fibra e a coragem do Aviador Brasileiro. Celebrando este dia honramos a memória de nossos antepassados brasileiros que representaram o nosso Brasil nos céus da Itália e nos defenderam do terror Nazista.

Como homenagem aos “Caçadores da FAB” temos a grata satisfação de entrevistar o Coronel Aviador Jose Antonio Moraes de Oliveira Filho, Piloto de Caça da FAB, que atualmente cumpre missão em Londres, como Chefe da Comissão Aeronáutica Brasileira na Europa (CABE), que vem trazer aos leitores da “Brasil na Mão” informações sobre a Aviação de Caça da FAB desde o passado em combate na Europa até os dias atuais.

 

cabeComo o Sr. avalia a importância da participação do 1º GAVCA na Segunda Guerra Mundial?

A unidade (1º GavCa) era constituída de 32 oficiais e praças, todos se submeteram a um processo de instrução nos Estados Unidos por vários meses antes da campanha na Europa.

O 1° Grupo de Aviação de Caça, com o lema “Senta a Púa”, realizou vários bombardeios e apoio decisivamente a FEB na conquista de Monte Castelo em sua campanha na Itália.

O dia 22 de abril marcou o maior número de missões realizadas pela unidade em solo italiano. Foram mais de dez ataques a sítios alemães em apenas um dia.

 

Como o Sr. define a importância da Aviação de Caça para a FAB e para o Brasil nos dias atuais?

Os vetores de caça da Força Aérea têm papel fundamental na missão constitucional do Comando da Aeronáutica. Atualmente a Aviação de Caça tem como responsabilidade a manutenção da Soberania do Espaço Aéreo Brasileiro, seja nas ações em aeronaves desconhecidas, suspeitas de tráfico ilegal, seja como vetor armado na vigilância e defesa do Espaço Aéreo Nacional. Além disso, a aviação de ataque da FAB tem capacidade de ações ofensivas a fim de contribuir com a Superioridade Aérea em nosso território.

 

Como é feito atualmente o ingresso na FAB e como se dá a formação do piloto de caça da FAB?

O ingresso à carreira militar pode ser realizado pela Academia da Força Aérea ou pela Escola de Especialistas da Aeronáutica. No caso dos pilotos, é necessário que o futuro caçador ingresse na AFA e tenha êxito no Curso de Formação de Oficiais Aviadores, com duração atual de quatro anos. No final do curso, se habilitado, ele poderá optar por seguir para o 2°/5° Grupo de Aviação, unidade atualmente responsável pela formação dos pilotos de Caça da Força Aérea Brasileira, cujo curso tem duração de um ano.

O Sr. Poderia descrever sucintamente como é a rotina de um piloto de caça atualmente e como os “caçadores” da FAB se mantém atualizados nas técnicas de combate aéreo?

A rotina dos oficiais aviadores varia muito, em função do equipamento que opera. No meu caso, como piloto de Defesa Aérea, nossa rotina, além das funções administrativas inerentes ao posto, iniciava com um briefing diário, quando são passadas informações operacionais relevantes e revividos alguns procedimentos de segurança da aeronave. Em seguida, há o cumprimento da escala de voo, seja em voos de treinamento, manutenção ou voos de emprego real, além das escalas de simulador de voo. Tudo isso acompanhado de muito estudo, provas e dedicação.

Quais são as perspectivas para o futuro da Aviação de Caça da FAB?

A FAB está renovando sua frota. Modernizou sua lilha de caças F-5 e está renovando seus A-1, além dos A-29 já existentes. Com a notícia da breve aquisição dos novos caças Gripen NG para a Força Aérea Brasileira, os caçadores certamente terão um salto operacional/tecnológico inédito em suas carreiras. A nossa Força Aérea terá um equipamento moderno e adequado ao desenvolvimento de nossa indústria e com significativo aumento da capacidade tecnológica. Graças ao esforço de nosso comandante no processo FX-2, teremos em breve uma Aviação de Caça a altura do século que se inicia.

Nós da Revista “Brasil na Mão” agradecemos a gentileza do Sr. Coronel Aviador Moraes em responder nossas perguntas e encerramos assim nossa homenagem ao Piloto de caça Brasileiro e a todos os Profissionais da Força Aérea Brasileira.