Conheça a história da rainha Elizabeth II, a soberana mais longeva da Inglaterra

 Conheça a história da rainha Elizabeth II, a soberana mais longeva da Inglaterra

A rainha Elizabeth II  se tornou a soberana que ocupou o trono real britânico por mais tempo, superando o feito de sua tataravó, a rainha Victoria, que foi dona do título por exatos 63 anos e 216 dias. Além disso, ao completar 90 anos em 21 de abril de 2016, Elizabeth II se tornou, também, a primeira monarca nonagenária da história da realeza britânica.

Conhecida por seu senso de dever e devoção ao povo, a rainha é uma figura estimada e respeitada no mundo todo. Observe as caixas vermelhas do correio real com o famoso monograma ER, que significa Elizabeth Regina (Regina é a forma latina da palavra rainha).

Então, no post de hoje, como uma homenagem a essa importante figura símbolo do país, vou contar um pouco da história de Elizabeth II, a soberana mais longeva da Inglaterra. Confira!

As circunstâncias que tornaram Elizabeth II rainha

A jovem princesa Elizabeth tinha só dez anos de idade quando circunstâncias inesperadas a colocaram na linha sucessória do trono. Em 1936, o rei Edward VIII, seu tio, abdicou do trono para se casar com a americana Wallis Simpson, deixando para o irmão o dever de assumir o papel de monarca. Com o pai subindo ao trono, a jovem Elizabeth Alexandra Mary se tornou a primeira na linha sucessória, à frente de sua irmã caçula Margaret.

Com a abdicação do irmão Edward, George VI, pai de Elizabeth, foi coroado em 1937 na Abadia de Westminster, e reinou até sua morte, em 1952, quando deixou o trono para a filha mais velha.

O casamento com o príncipe Phillip, o duque de Edimburgo

Ainda antes de se tornar rainha, Elizabeth conheceu seu futuro marido no casamento da princesa Marina da Grécia (prima do príncipe Philip) com o Duque de Kent (tio da princesa Elizabeth). Eles ficaram noivos no dia 9 de julho de 1947 e se casaram na Abadia de Westminster em 20 de novembro do mesmo ano. A cerimônia foi simples, pois o país ainda estava se recuperando das consequências da Segunda Guerra Mundial. Naquela ocasião, Elizabeth recebeu uma carinhosa mensagem escrita por seu pai, rei George VI, que morreria cinco anos depois.

Antes da subida de Elizabeth ao trono, o casal teve dois filhos: o príncipe Charles, o próximo na linha sucessória, nascido em 1948, e a princesa Anne, nascida em 1950.

Mais dois filhos viriam após a coroação: o príncipe Andrew, em 1960, e o príncipe Edward, em 1964, que foram os primeiros bebês nascidos de uma soberana durante o reinado — depois da rainha Vitória.

A ascensão e a coroação de Elizabeth II

Em 1952, o rei George VI estava muito doente e enviou a filha, acompanhada pelo marido, como sua substituta em um tour pela Commonwealth, a comunidade britânica composta por ex-colônias do Reino Unido. No dia 6 de fevereiro de 1952, quando estava no Quênia, a então princesa Elizabeth recebeu a notícia da morte do pai. Com isso, ela deixava de ser princesa e passava a ser a rainha Elizabeth II. Ela voou de volta à Inglaterra e foi recebida pelo então primeiro ministro Sir Winston Churchill, já como rainha.

A rainha Elizabeth II foi coroada no dia 2 de junho de 1953 na Abadia de Westminster, em uma cerimônia solene, conduzida pelo arcebispo de Canterbury, Dr Geoffrey Fischer. Na celebração, ela usou a famosa coroa imperial e depois recebeu a coroa de Santo Eduardo, além dos cetros e da órbita. Pela primeira vez na história da monarquia, uma cerimônia de coroação de um monarca foi televisionada.

Todas as joias usadas pela rainha na coroação, além de muitas outras pertencentes à realeza britânica, podem ser vistas em exposições na Torre de Londres.

Os filhos, os netos e os bisnetos

O longo e afetuoso casamento de Elizabeth II com o príncipe Phillip, o duque de Edimburgo, rendeu quatro filhos, oito netos e cinco bisnetos. O filho mais velho, Charles, tem o título de príncipe de Gales, e é o primeiro na linha de sucessão. Além do príncipe Charles, nasceram a princesa Anne e os príncipes Andrew, o duque de York e Edward, o conde de Essex.

Do casamento do príncipe Charles com Diana Spencer nasceram os príncipes William (o segundo na linha de sucessão ao trono) e Harry. A princesa real Anne tem dois filhos: Peter Phillips e Zara Phillips. O príncipe Andrew tem duas filhas, Beatrice e Eugenie. O príncipe Edward também tem dois filhos, Louise e James.

A rainha Elizabeth II tem cinco bisnetos: Mia Tindall, filha de Zara Phillips; Savannah e Isla, filhas de Peter Phillips; o jovem príncipe George (o terceiro na linha de sucessão) e a princesa Charlotte ainda bebê, filhos do duque e da duquesa de Cambridge, William e Catherine Middleton.

O papel da rainha no governo

A Inglaterra vive em uma monarquia parlamentarista, ou seja, o país possui uma família real que não governa efetivamente — papel esse que é exercido pelo primeiro-ministro e pelo parlamento. Na teoria, a rainha possui prerrogativas reais para declarar guerra e celebrar a paz, bem como autorizar o uso das forças armadas, convocar ou dissolver o parlamento, indicar o primeiro-ministro, conceder indultos, assinar tratados e conceder títulos de nobreza.

Na prática, no entanto, não é assim que funciona desde 1688, quando a monarquia perdeu o poder para o parlamento. Desde então, todas as decisões políticas são tomadas pelo parlamento (eleito pelo povo), inclusive a indicação do primeiro-ministro. Em seguida, esses nomes são sugeridos à rainha, que sempre acata as recomendações do parlamento. Da mesma forma, todas as leis aprovadas pelo parlamento são sancionadas pela rainha, pois ela não discute as decisões dos parlamentares. Atitude sábia, já que em 1649 o rei Charles I acabou decapitado por se recusar a obedecer ao parlamento.

A rainha Elizabeth II sempre manteve relações cordiais com todos os primeiros-ministros que atuaram durante seu longo reinado. Foram treze os ministros ingleses que governaram o país desde o dia em que ela se tornou rainha, desde Winston Churchill até a atual ministra, Theresa May.

Os países em que ela reina

Além dos países que formam o Reino Unido, que são Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, a rainha Elizabeth II é soberana de 15 outros países: Antígua, Austrália, Bahamas, Barbados, Belize, Canadá, Grenada, Ilhas Salomão, Jamaica, Nova Zelândia, Papua, Santa Lucia, San Kitts, São Vicente e Granadinas e Tuvalu, que formam a Commonwealth Real.

Além desses países, a rainha é chefe da comunidade intitulada British Commonwealth, ou Commonwealth of Nations, composta de 53 países ex-colônias britânicas (e de Moçambique), ligados por relações políticas, culturais e comerciais, buscando mútuo benefício. São países grandes e pequenos, ricos e pobres, muitos deles apenas pequenas ilhas, mas todos soberanos.

 

Por Bruna Maia