Clamídia – Dra Priscilla Sodré

 Clamídia – Dra Priscilla Sodré

Que 2022 chegue cheio de alegrias, paz e saúde para todos nós!
Nessa primeira coluna do ano, vou abordar um assunto de extrema importância para homens e mulheres, trata-se da infecção sexualmente transmissível mais comum aqui no Reino Unido que é a infecção por clamídia. Ela é muito prevalente entre os adolescentes e adultos jovens até 25 anos.
A bactéria Chlamydia trachomatis é a responsável por essa doença que afeta indivíduos sexualmente ativos, principalmente quando não fazem uso de preservativos (camisinha). Se não for tratada pode levar a infertilidade tanto em homens quanto em mulheres.

Quais são as formas de transmissão da clamídia?
A contaminação se dá através de relações sexuais vaginais, anais ou orais desprotegidas. Não há necessidade de haver penetração, ejaculação ou orgasmo, muitas vezes apenas o contato entre as áreas genitais já é o suficiente para que haja a contaminação. O compartilhamento de brinquedos sexuais não higienizados, também pode promover a infecção. A Clamídia também pode ser transmitida da mulher grávida para o seu bebê.
A Clamídia NÃO é passada através do beijo, abraço, toalha s, piscinas ou banho de banheira, nem pelo compartilhamento de banheiros.

Quais são os sinais e sintomas mais comuns da infecção por clamídia?
Muitas vezes os infectados não apresentam sintoma algum o que faz com que a doença seja espalhada tão facilmente. Por isso, é indicado que qualquer pessoa com vida sexual ativa, principalmente sem o uso de preservativos, realize o teste para clamídia pelo menos uma vez ao ano. Quando ocorrem sintomas, estes podem demorar até quinze dias após o contágio para se manifestarem. Os mais comuns são dor forte na região genital e no pé da barriga; ardência ao urinar;vontade mais frequente de ir ao banheiro para urinar;dor durante as relações sexuais; dor nos testículos (nos homens); eliminação de pus e de secreção por meio da uretra (nos homens); corrimento amarelado ou claro (em mulheres); e sangramentos espontâneos fora do período menstrual ou que acontecem durante as relações sexuais (em mulheres).
A clamídia é uma doença grave?
Apesar de muitas vezes não provocar sintomas e, normalmente, pode ser tratada com antibiótico por curto período, se a terapêutica não for instituída precocemente, a infecção por clamídia pode se tornar grave. Em mulheres não tratadas ela pode levar a doença inflamatória pélvica podendo culminar com infertilidade e maior chance de gravidez ectópica.

Nos homens, em casos mais raros, a clamídia pode atingir os testículos e o epidídimo (órgão que fica atrás dos testículos, onde ocorre a maturação dos espermatozóides). Quando isso acontece esses órgãos se tornam inchados e dolorosos essa é uma condição conhecida como epididimite e epidídimo-orquite (inflamação dos testículos). Tanto em homens como em mulheres pode acontecer a chamada artrite reativa, quando ocorre inflamação articular em uma ou mais articulações do corpo.
Outra grande preocupação é o risco de transmissão da mãe para o bebê durante o parto normal de mães infectadas. Nesses casos, cerca de um terço dos recém- nascidos irá desenvolver infecção ocular(conjuntivite) e ou pulmonar(pneumonia) dentro dos primeiros quinze dias de vida. A infecção pode provocar ainda parto precoce e até mesmo morte neonatal.

Como é feito o diagnóstico da clamídia?
A testagem para clamídia é através de exame de urina ou swab, que é um tipo de cotonete utilizado para colher secreção genital.
O NHS oferece o teste nas sexual health clinics, nas genitourinary medicine clinics e nas GPs Surgeries. Esse teste também está disponível em clínicas privadas como a
Messina Clinic. O teste também pode ser solicitado on-line e pode ser colhido pelo próprio paciente.

E o tratamento?
O tratamento é feito com antibióticos que serão prescritos pelo médico e cuja duração varia de acordo com o caso e com o antibiótico prescrito. È importante tratar o parceiro sexual e repetir o exame três meses após o tratamento, pois muitas vezes pode haver reinfecção.

Qualquer pessoa com vida sexualmente ativa pode “pegar” clamídia, mas com certeza o risco é muito maior para aqueles que não usam camisinha. Por isso meu conselho nesse primeiro mês do ano- NÃO deixem de usar camisinha!! Ela pode te proteger não apenas da clamídia, mas de muitas outras doenças sexualmente transmissíveis como sífilis, gonorréia, HIV dentre outras.

Proteja a sua saúde e a saúde daqueles que você ama!
Até o mês que vem!

 

por: Dra. Priscilla Sodré

Ginecologista-Obstetrícia, Mastologista
Médica credenciada pelo General Medical Council

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Tel.: (+44) 020 7846 4434

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