Cicatrizes da infância

 Cicatrizes da infância

Cicatrizes da infância.

Cicatrizes deixam lembranças, porém muitas vezes com marcas profundas!

A infância é o período de formação da nossa identidade, a qual nos acompanhará ao longo de nossas vidas. Esta identidade fica carregada de emoções, de lembranças e em alguns casos com muitos traumas. A construção da identidade ou personalidade são construídas nos primeiros anos da infância, e é quando criamos mecanismos de proteção. Começamos a entender que temos que ser bons para sermos aceitos ou reprimir as nossas emoções para sermos amados pelos nossos pais, professores ou pela sociedade, ou seja, se eu expresso minhas emoções, eu posso não ser amado, se eu der problemas além dos problemas que os meus pais já tem, ou se eu causar mais dores, eu talvez não seja aceito e posso ser excluído; Sendo assim eu decido me retrair e sufocar quem realmente eu sou, vou sufocando meus sentimentos, modificando minha essência e ficando cada vez mais distante do meu verdadeiro Eu.

Um trauma na infância pode mudar o desenvolvimento do cérebro, criando medos, inseguranças e impedindo um adulto a ser realmente um adulto. É por isso que encontramos tantos adultos com reações infantis, com tamanha carência emocional e com necessidades de carinhos de atenção e de proteção. Estes adultos lutam desesperadamente pela busca de uma sobrevivência tentando alcançar um nível básico de segurança em suas relações com os outros, pois, eles perderam a coragem de olhar para si mesmo e de entenderem que cresceram e que já é tempo de deixar aquela criança ir embora. 

Os caminhos para a transformação e libertação destas emoções são:

  1. Buscar o caminho de conexão com o seu “Eu” essência, no qual foi perdido nos traumas (olhar pra vida com contemplação), contemplação sentir  agradecer.
  1. Ter consciência sobre a necessidade de encarar todas estas cicatrizes cravadas, por vezes no físico e depois refletindo no emocional (olhe para essa dor, olhe para este trauma!), olhar →encarar →aceitar que isto te pertence →soltar.

 A nossa alma precisa ser livre destas emoções para que ela possa seguir em paz.  As vezes o nosso corpo  e a nossa razão insiste na rigidez em não deixar estas emoções irem embora, porém o movimento da nossa alma pede por mudanças, pede por flexibilidade para seguir livre, leve, feliz e sem medo. 

No coração é necessário ter o sentimento de aceitação, e de que tudo foi como tinha quer ser… Esta aceitação traz força para nossa vida.

Dicas importantes para se harmonizar com os traumas e cicatrizes da infância:

    1. Respeite como você é! Não seja alguém só para agradar os outros, você pode ser livre;
    2. Renove-se!  Se dê a chance de conhecer coisas novas. Se reinvente (um novo curso, um novo amor, um novo trabalho…);
    3. Se ame, para depois amar os outros;
    4. Olhe para o passado com gratidão pelo aprendizado e com aceitação, sem julgamentos;
    5. Estabeleça objetivos para provar para você mesmo que você cresceu;
    6. Nunca deixe de se conhecer, o autoconhecimento é o único caminho pra você entender melhor sobre a complexidade do seu ser, que é cheio de infinitas capacidades e possibilidades de recomeçar;
    7. Conecte se com a energia do amor materno e com a energia de  força paterna. Sem estas duas energias você “jamais” conseguirá ser um ser inteiro. Necessitamos destas duas forças para sermos adultos, pois sem estas duas poderosas forças continuamos sem condições de crescer.

Um adulto que ainda está conectado com as cicatrizes da infância e com medo de crescer, não pode administrar dinheiro ou ter carreiras de sucesso e nem responsabilidades em ter uma família, pois ele ainda é considerado uma criança e crianças não tem capacidade para cuidar dessas coisas.

Esta vida de plenitude só podemos ter se estivermos bem conectados com a força do nosso sistema familiar.  Com acontecimentos de traumas ou não…olhar pra tudo somente com aceitação, pois todos nós temos traumas que nos acompanham muito além do que a nossa consciência pode compreender.  Podemos até nunca ter vivenciado esses traumas, mas além da herança genética que herdamos existe também a herança das emoções genéticas nas quais nos conectamos com membros do nosso sistema familiar (traumas transgeracional). 

A terapia da constelação familiar pode te ajudar com os traumas nos quais herdamos de uma geração para a outra. Esta terapia é uma ferramenta fundamental que te auxilia a conseguir com mais facilidade, se libertar destes traumas que tanto te impedem de viver uma vida com mais harmonia. 

Olhe para tudo isso! Não passe estas cicatrizes e emoções para os futuros membro das próximas gerações. Permita a você e ao seu sistema seguirem leves.

Por: Clarice Bomba