O Brasil não é o único

 O Brasil não é o único

Mais uma Copa, mais uma eliminação, e mais uma humilhação. Essa foi a trajetoria da seleção brasileira na Copa América.

Jogadores não tão talentosos, a dependência de Neymar, a falta de um esquema tático ou a evolução de outros países, seja qual for o problema, a verdade é que o Brasil já não assusta ninguém.

Trocou-se toda a comissão técnica, injetou-se sangue novo no time e mesmo assim nada mudou. Então, qual seria a solução?

Mudar tudo e começar do zero, essa seria a melhor maneira para tentar se resolver o problema, mas como isso nunca irá acontecer, aprender com os nossos erros já seria um grande passo.

Mas a má fase da Seleção Canarinho não é privilégio só dessa geração, e não somente do nosso futebol. Basta lembrar dos 24 anos(entre 1970 e 1994) em que a seleção ficou sem um título mundial, e nos envergonhou com times mediocres, como os da Copa de 1986 e 1990. E se sairmos dos nossos limites, teremos outras seleções que viveram ou vivem à sombra de grandes times e jogadores. E nem precisamos ir tão longe, é só lembrar dos nossos vizinhos Uruguaios, que do começo ao meio do século passado eram a seleção mais temida no planeta, capazes de façanhas imagináveis como o Maracanaço de 1950, mas que hoje não passam de simples coadjuvantes.

Até mesmo a sempre talentosa e guerreira Argentina, que atualmente conta com uma geração fabulosa (Messi, Aguero, Dí Maria, Tevez e Cia) ainda vive as sombras das conquistas e feitos da epóca de Maradona. E se cruzarmos o Oceano rumo ao velho mundo, a situação não é muito diferente. A Espanha, que encantou o mundo com um futebol envolvente e técnico, viveu anos e anos de absoluto esquecimento e ostracismo.

A Itália, sempre temida e respeitada por seu futebol tático, também vive um momento de reformulação e de procura de talentos e de um bom futebol.

Os Ingleses, que têm o melhor e mais bem estruturado campeonato do planeta, tiveram sua grande e única conquista há quase 50 anos atrás, e depois disso não conseguiram sequer montar uma equipe competitiva.

A França, uma eterna pedra no sapato da seleção brasileira, teve o seu auge com a geração liderada por Zidane, mas nos últimos anos vem sofrendo com a chegada de jovens jogadores e com a saída dos medalhões.

Até mesmo a Alemanha, que já chegou há 13 semifinais e 8 finais de Copa do Mundo, também teve que mudar radicalmente após a derrota de 2002 para o Brasil para poder voltar ao topo. Por isso, acredito que o brasileiro não esqueceu como jogar futebol, nem que a seleção brasileira corre o risco de se tornar um novo Uruguai, mas acredito que se mudanças não forem adotas com urgência, continuaremos sofrendo para derrotarmos times medianos como o Paraguai e rezando para não sermos humilhados por uma Alemanha da vida.

Por: Tico Silvério
Foi jogador das categorias de base do U.E.C, e de times amadores de Uberlândia – Twitter: @ticosilverio.