O perigo da decepção

 O perigo da decepção

“João Batista, chamando dois dos seus discípulos, enviou-os a Jesus, dizendo: És tu aquele que havia de vir ou esperamos outro? “ (Mateus 15:1-9)

Uma das palavras que eu mais ouvi falar, desde a meu período de adolescência, é a “decepção”. Segundo o dicionário, a decepção é um substantivo feminino que denota um forte sentimento de tristeza, descontentamento ou frustração pela ocorrência de fato inesperado, que representa um mal; desilusão; desapontamento.

Teoricamente, todas as pessoas, de uma forma ou de outra, já tiveram algum tipo de decepção com algo ou com alguém. Segundo o escritor e conferencista norte-americano John Bevere, a decepção é uma função diretamente proporcional à expectativa, ou seja, quanto maior a expectativa depositada sobre algo ou alguém, maior a decepção.

E pode ocorrer de a pessoa se decepcionar com Deus? Teoricamente, não. Mas, na prática, isso ocorre com muito mais frequência do que podemos imaginar. Para abordar esse assunto, vamos colocar o exemplo de João Batista, primo de Jesus.

João Baptista não tinha a menor dúvida, desde o ventre de sua mãe, de quem era Jesus. Conta a história que, logo após o batismo de Jesus, João pôde ver os céus se abrirem e o Espírito Santo descer sobre Jesus e ainda ouvir quando Deus falou dizendo “Esse é o meu filho amado, em quem tenho prazer”.

Quando João foi preso, no entanto, ele talvez esperasse uma reação de Jesus. Isso é normal. Todos nós, quando passamos por um momento de luta ou aflição, tendemos a esperar uma reação imediata e poderosa de Deus em nosso favor. Jesus amava João Batista. No entanto, Jesus não teve nenhuma reação à prisão de João Batista. Ele não foi à presença do Rei para questionar sobre aquela prisão. Também não usou de seu poder e autoridade espiritual, tirando João da prisão como fez mais tarde com Pedro e Paulo. Por fim, Jesus sequer foi visitar João durante o tempo em que ele esteve na prisão.

Tudo isso talvez tenha feito com que João se decepcionasse com Jesus ao ponto de passar a duvidar se Jesus era realmente quem ele esperava. Hoje em dia eu tenho encontrado muitas pessoas decepcionadas com a igreja, com líderes e até com o próprio Deus. Elas se perguntam “será que é nesta igreja que Deus quer que eu fique, ou devo procurar por outra”? Ou “será que vale a pena servir a Deus”?

“Então, Jesus lhes respondeu: Ide e anunciai a João o que vistes e ouvistes: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres, anuncia-se o evangelho. ” (Lucas 7:22)

Sabe porque? Porque Deus é quem Ele é e não é o que ele faz por nós. Ele pode tanto confirmar o seu imenso amor por você com algo que ele faça a você mesmo como pode confirmar com algo que ele faça a qualquer outra pessoa.

Por fim, Jesus envia um recado para João que é para cada um de nós hoje:

“E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço. ” (Lc 7:23)

Creia nisso, e não permita que brote qualquer raiz de dúvida em seu coração. Diga a Ele “Senhor Jesus, obrigado por me amar tanto, ao ponto de entregar a sua própria vida para que eu não pereça, mas tenha a vida eterna.”

 


Por : Fábio Rodrigues
Cientista, economista e pastor
fabio.rodrigues@ceizs.com
Tel. 07976 773 820