Parlamento britânico discute petição sobre 2º referendo sobre a Brexit

 Parlamento britânico discute petição sobre 2º referendo sobre a Brexit

Parlamentares britânicos debateram nesta segunda-feira (5) uma petição assinada por mais de 4,1 milhões de pessoas que exigem um segundo referendo sobre a permanência na União Europeia.

O governo britânico descartou a possibilidade de um segundo referendo e diz que está se preparando para desencadear o procedimento formal de separação do Reino Unido do bloco ao qual se juntou em 1973.

Nos dias seguintes ao resultado do referendo, milhões de pessoas assinaram a petição pedindo uma segunda votação sobre a adesão.

“O partidários da Brexit queriam sair da Europa, mas eles não tinham nenhum plano para o dia seguinte ou em qualquer outro dia no futuro”, disse Ian Blackford, um parlamentar do Partido Nacional Escocês, que apoiou o movimento para o debate, na segunda câmara de debate do Parlamento, que não tem o poder de mudar a lei.

Na votação de 23 de junho, 51,9%, ou 17,4 milhões de pessoas, votaram para deixar a UE, enquanto 48,1%, ou 16,1 milhões de pessoas, votaram para permanecer na UE.

“Brexit deve significar Brexit e cabe a cada democrata, não importa de que lado estava antes de o resultado ser conhecido, aceitar o veredicto eleitoral claro”, disse John Penrose, um parlamentar do partido conservador que se opôs à petição.

O resultado da Brexit, que os historiadores dizem que se compara ao colapso da União Soviética em 1991 em significado, desencadeou imediata turbulência do mercado financeiro e político no Reino Unido.

A votação também levantou questões sobre o futuro do Reino Unido e da integração europeia pós-Segunda Guerra Mundial, porém o impacto econômico tem sido menos negativo do que foi previsto por partidários da permanência na UE.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, que não apoiou a saída, disse que Brexit significa Brexit e que a votação será respeitada.

Artigo 50
Nesta segunda, o ministro britânico da Brexit David Davis disse que é melhor o Reino Unido começar o processo formal de desfiliação da União Europeia um mês atrasado do que se equivocar na postura que adotará para negociar.

Davis também disse ao Parlamento que o Reino Unido não precisa ser membro do mercado único da UE para ter acesso a ele.

“Iremos acionar o Artigo 50 tão cedo quanto for sensatamente possível”, afirmou. “Eu preferia estar um mês atrasado e acertar do que estar um mês adiantado e errar”.

O Artigo 50 do Tratado de Lisboa deve ser invocado para dar início ao processo formal de rompimento com a União Europeia.

Fonte: Ageência ANSA Brasil