‘Cemitério’ de coletes salva-vidas em Londres divulga crise de refugiados

 ‘Cemitério’ de coletes salva-vidas em Londres divulga crise de refugiados

Cerca de 2.500 coletes salva-vidas usados por refugiados que fizeram a travessia marítima da Turquia para a Grécia foram colocados em frente à praça do Parlamento, em Londres.

O “Cemitério de Coletes Salva-vidas” foi montado para chamar a atenção para a crise de refugiados do Oriente Médio. A ideia era coincidir com o primeiro dia da primeira Cúpula da ONU para Refugiados e Migrantes, que ocorre nesta segunda-feira em Nova York.

Os coletes foram usados por migrantes que chegaram à ilha grega de Chios. A iniciativa é da produtora Snappin’ Turtle junto com organizações que atendem refugiados.

A afegã Rahela Sidiqi, da organização Mulheres pelas Mulheres Refugiadas, posa junto com os coletes salva-vidas dispostos em praça de Londres (Foto: Matt Dunham/AP)
A afegã Rahela Sidiqi, da organização Mulheres pelas Mulheres Refugiadas, posa junto com os coletes salva-vidas dispostos em praça de Londres (Foto: Matt Dunham/AP)

Cúpula da ONU

Líderes mundiais começaram nesta segunda-feira na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) uma reunião para abordar a crise dos refugiados e a situação dos migrantes, um encontro que abre a semana de encontros de alto nível do organismo.

“Estamos sendo testemunhas da pior crise humanitária e de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial”, lembrou na abertura da cúpula o presidente da Assembleia Geral, Peter Thomson, que defendeu que a comunidade internacional não pode falhar com essas pessoas que fogem da guerra e da violência.

Quase 100 chefes de Estado e de governo discursarão ao longo do dia durante a cúpula, na qual os 193 países-membros da ONU devem adotar uma declaração em que se comprometem com a proteção de refugiados e migrantes. O texto, aprovado por aclamação, foi negociado durante meses pelos governos e foi criticado por muitas ONGs, que o consideram carente de ambição e de ações concretas.

A chamada Declaração de Nova York reitera muitos dos compromissos internacionais já existentes, promete apoio os países mais afetados pela crise dos refugiados e coloca algumas das bases sobre as que se negociarão nos próximos anos pactos globais sobre refugiados e migrantes.

Hoje, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, defendeu que o documento deve unir todo o mundo ao redor de “compromissos coletivos” que incluam a defesa dos direitos humanos de todos os refugiados e migrantes sem importar seu status.

“Com ações corajosas para implantar a Declaração de Nova York, asseguraremos que não se deixa para trás nenhum refugiado ou migrante”, disse Ban.

Para o chefe das Nações Unidas, a própria realização da cúpula de hoje já é um “avanço” nos esforços internacionais para responder aos problemas que a mobilidade humana apresenta.

“Uns escapam da guerra, outros buscam oportunidades. Não devemos ver os refugiados e migrantes como um peso. Eles oferecem um grande potencial se o libertamos”, insistiu.

Por: ANSA Brasil