Bomba relógio – Copa de 2018

 Bomba relógio – Copa de 2018

Atraso nas obras, superfaturamento e uma desastrosa, humilhante e histórica derrota para Alemanhã, fizeram da Copa do Mundo no Brasil um pesadelo a ser esquecido.

Mas em termos de futebol, técnica, gols, jogos emocionantes, a Copa foi um sucesso. E a alegria, a festa, a confraternização, a recepção e a interatividade do povo brasileiro fora e dentro dos estádios, deu o status da Copa das Copas à Copa de 2014.

Porém, as previsões para a Copa de 2018 na Rússia não são tão animadoras. O país de clima e temperaturas quase sempre abaixo de zero, prepara uma recepção gelada ao seus visitantes, especialmente aqueles de cor, credo ou opção sexual diferente das tradições do país.

A Rússia tem um vasto histórico de intolerância, e casos de racismo e homofobia frequentemente são notícias no país, mas mesmo com protesto e pedidos de punição de grupos internos e de outros países, a Rússia não tem demostrando muito interesse em lutar contra a discriminação.

Atitudes como a da “Lei antigay”, que causou um grande mal-estar e o quase boicote dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, tais como os gritos racistas e as ofensas a jogadores negros, deixam uma grande pergunta no ar: Seria mesmo a Rússia a melhor opção para sediar uma Copa?

Definitivamente não, infelizmente o país não está preparado para receber a diversidade que uma Copa do Mundo trás, e toda essa miscigenação em um “ambiente hostil” pode gerar conflitos, e manchar a imagem de integração que a Copa do Mundo deveria passar.

Mas o que fazer? Que atitudes podem ser tomadas para que a Copa de 2018 não se torne uma “bomba relógio”?

Com todo esse alarde e suspeita de corrupção e fraude na escolha das sedes de 2018 e 2022, a FIFA perdeu uma grande oportunidade de reavaliar e porque não trocar as sedes, o que poderia ter ajudado a melhor a imagem da ins-tituição, e ao mesmo tempo mandado um recado a Rússia, de que mudanças tem que acontecer, pois o esporte não tolera desrespeito e discriminação.

Mas faltando apenas 3 anos para a Copa, não creio que muito poderá ser feito em relação a mentalidade do povo russo, pois uma mudança de mentalidade passa por um processo longo de reeducação. Então, a curto prazo o que deveria ser feito é um investimento em campanhas de cons-cientização e respeito as diversidades, para que a discriminação não estrague a grande festa que é uma Copa do Mundo.

Então, fica a torcida não somente para que o futebol, a técnica e os gols apareçam, mas que o gelo e as diferenças possam ser quebrados, mas se isso não acontecer, que  pelo menos o respeito entre em campo, para fazer da Copa da Rússia uma calorosa e receptiva festa.

Por: Tico silverio
Twitter: @ticosilverio
Foi jogador das categorias de base do U.E.C, e de times amadores de Uberlândia.