Biblioteca substitui livros por pessoas contando histórias

 Biblioteca substitui livros por pessoas contando histórias

O Museu da Empatia volta a Londres com um novo projeto tão incrível quanto aquele em que pessoas usavam os sapatos de desconhecidos para se colocar no lugar deles (leia mais sobre isso no fim dessa matéria): dessa vez é a Biblioteca Humana, dividida em dois projetos. O primeiro, que aconteceu no sábado 25 de Junho, substituiu livros por seres humanos que contavam as histórias das suas vidas para os visitantes, trocando a palavra escrita pela experiência de olhar nos olhos e poder fazer perguntas.

Cada participante poderia escolher três das opções entre os “livros vivos” e passar dez minutos com cada um deles (uma pessoa tocava um sino cada vez que era hora de trocar, como em um evento de ‘speed dating’). O grupo tinha de tudo: um campeão de ciclismo, uma sobrevivente do Holocausto, um homem que paga para ser “guardião” de um pub (e assim morar dentro ele, cuidando do lugar) e um refugiado sírio que é roteirista e vive em Londres, além de outro imigrantes – coincidindo com o dia triste em que o Reino Unido decidiu se separar da União Europeia.

Empathy Museum

A segunda parte do projeto consiste em uma biblioteca mais próxima à tradicional, mas com diferenças fundamentais. Quem for lá pode entrar na prateleira gigantesca de livros e encontrar a simpática bibliotecária, que vai ajudar na escolha de um título. Um mural na parede traz um resumo de cada volume escrito pela pessoa que doou – e a regra era que eles deveriam doar o livro favorito. Entre os que participaram entregando suas obras do coração está até o ator Ian McKellen, que interpreta o Magneto em “X-Men” e o Gandalf em “O Senhor dos Anéis”. Após escolher baseado no que foi escrito por quem doou, o visitante descobre se o título pode apenas ser lido lá ou levado para casa. E caso possa ser retirado, as regras mudam: após ler o livro, a pessoa precisa comentar o que achou no site do projeto e deixar o objeto em algum lugar público onde um desconhecido possa pegá-lo. Assim, a pessoa vai encontrar as informações dentro das páginas e fazer o mesmo: deixar um comentário e passar para mais alguém. É uma corrente de apreciação e empatia literárias.

Empathy Museum

Além da biblioteca humana, a caixa de sapatos gigante do primeiro projeto também está de volta, bem do ladinho dos livros enormes. A exposição interativa fica até o dia 2 de Julho na O2 arena, na estação de North Greenwich. E os criadores do projeto, os ingleses Roman Krznaric, que escreveu um livro sobre empatia, e Clare Patey, que transformou a obra em projetos interativos, contaram com exclusividade que existe a ideia de levar uma adaptação do Museu nômade para o Brasil – e eles já estão conversando com empresas de produção cultural interessadas na empreitada. Afinal, se tem uma coisa que tanto o Reino Unido quanto o Brasil estão precisando atualmente, é de empatia.

Empathy Museum